sexta-feira, janeiro 30, 2009

Sophia em vídeo

Pois bem, consegui não apenas filmar com o iphone, mas também trazer os filmes pro computador. Sendo assim, seguem alguns vídeos da minha Sophia, incluindo o original de "C is for Cookies" e a versão no inglês especial da pequena.




O grande hit do youtube, "C is for Cookies", com o Cookie Monster.




A versão da Sophia para "C is for Cookies"




Sophia imita Roz (Monstros S.A.)




Sophia imita o Randolph (Monstros S.A.)




Direto na têmpora: Eternal Flame - The Bangles

Meu amor

Meu amor tem as mãozinhas muito brancas e delicadas, de dedos longos que fazem doces carinhos, que embalam, que tocam, que sentem e consolam. Na mão esquerda, uma aliança que comprei um ano depois de casados, porque antes não pude escolher a que ela merecia. Na mão direita, a indicação de um caminho.

Meu amor tem na boca o sorriso largo de dentes mil. É raro e belo o sorriso do meu amor e ainda me faz bem e beijos como me fez no primeiro dia.

Meu amor tem o cheiro de um bem, de uma graça alcançada, de saber-se feliz no instante. Meu amor não sabe o perfume que tem, mas tem. Ah, como tem.

Meu amor tem no colo a paz, nos braços a força, nas pernas o tímido, na longa curva do pescoço o paraíso. Meu amor tem em si um mundo, meu passado e meu futuro e o presente que se mostra lindo, lindo, lindo, como o meu amor.




Direto na têmpora: King Harvest (Has Surely Come) – The Band

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Canarinho

Tem casos que eu não posso contar aqui. Absurdos que seria divertido compartilhar, mas que me fariam perder mais do que ganhar.

Aí eu penso no Noel Rosa e nos versos abaixo (que eu conheci com Picassos Falsos) e me dá vontade de dizer foda-se:

"Às pessoas que eu detesto
Diga a elas que eu não presto
Que o meu lar é o botequim
E que eu arruinei a sua vida
Que não mereço a comida
Que você pagou para mim"


Então vai aí um caso que não é o que eu queria contar (sou um cagão), mas que é bom também.

Um colega nosso estava com a turma no maravilhoso Pedacinhos do Céu, ouvindo um chorinho, comendo uma carne de sol com mandioca e, é claro, tomando algumas cervejas. O show foi ficando animado e nosso amigo também. Ficou de pé, fez percussão corporal e continuou lá, tomando todas.

De repente, na mesa ao lado, ele avista um gringo louro, mas louro mesmo. Cheio de boas intenções e vendo a animação do alemão, nosso amigo se aproxima amistoso, mete um tapa na cabeça do branquelo e completa a plenos pulmões: "caaaaaaanta, canarinho!".

O agressor nega até hoje, mas tem muita gente que viu e confirma a história.




Direto na têmpora: I believe in a thing called love - Hayseed Dixie

Difícil brigar com a menina

Não lembro o que a Sophia fez, mas Fernanda foi firme e advertiu:

"Olha lá, Sophia, estou de olho em você!"

E ela, fã de Monstros S.A., responde com um risinho sapeca:

"Tô de olho em você, Wazowski."

Com a Sophia é assim, até na hora de brigar ela faz a gente rir (intencionalmente ou não).




Que essa seja a última vez que eu te vejo em cima de uma moto, Sophia.




Direto na têmpora: Doctor! Doctor! - Thompson Twins

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Coisa errada

Tenha certeza: menos de 24 horas depois da instalação do primeiro fio entre dois postes, alguém amarrou o cadarço de dois tênis velhos e jogou lá em cima.

Não tem jeito, certas coisas atraem um mal-feito. Fio atrai tênis velho, careca atrai tapa, gente passando embaixo da janela atrai cuspe e por aí vai.

É da natureza humana, não dá pra evitar. Minha avó Geralda, por exemplo, é uma pessoa boníssima, mas adora uma desgraça alheia. Tombo, então, não tem dúvida, é ver e rachar de rir. Só depois vem a preocupação de saber se a pessoa machucou ou não.

Não é à toa que torta na cara era sucesso e que 99% da audiência só assiste o Faustão por causa das videocassetadas.

O ser humano adora ver e fazer uma maldade. Pode confessar, você também. Vai, diz, eu sei que você não é santinho.

Painel de elevador, por exemplo, quem aí nunca apertou todos os botões e saiu correndo? Quem nunca tocou campainha e fugiu? E trote, vai dizer que nunca passou?

Eu fiz muita coisa errada, umas inofensivas e outras nem tanto. Cada uma foi mais divertida que a outra e confesso que só me arrependo de duas ou três.

Uma delas foi quando apaguei o padrão da casa de um desconhecido em Ipatinga e passei cocô de cachorro. O cara foi ligar e breou a mão inteirinha. O que me fez arrepender foi que, ao invés de ficar puto e sair gritando como seria normal, o cara simplesmente sacudiu a cabeça tristemente e resmungou "puxa, o menino tava quase dormindo".




Direto na têmpora: Modern Love - John Frusciante

Experimentando uma fabuleta

Ela ganhou uma pedra da lua.

Esperava planetas, poeira cósmica, brilho de estrelas e um vazio infinito. Esperava, esperava, queria, sonhava.

Ela sonhou uma pedra da lua, mas ganhou um mineral opaco.

O jade poderia ser uma pedra da lua, mas a pedra da lua não. Era brita, pedaço inútil, não era a pedra da lua que deveria. E nem era jade.

Desiludiu-se com o nome de tudo. Inventou ela própria significados que dissessem mais, que fossem a verdade sobre as coisas.

Enfureceu-se com o "azul-marinho" que não sabia a sal e recusou-o cor.

Desistiu de nomear "alvo" o ponto negro, destino da flecha.

Renomeou-se, desconheceu-se, não mais atendeu.

Não era pedra da lua ou jade. Era outra hoje e nenhum nome lhe cabia.




Direto na têmpora: Jeannie's Diary - Eels

terça-feira, janeiro 27, 2009

Nuazinha

Eu, como quase toda criança, fui muito inconveniente com minhas perguntas e observações, fazendo meus pais passarem bastante vergonha. Agora, Sophia já começa a mostrar que vai dar o troco.

Supermercado com Fernanda e Sophia. A baixinha está dentro do carrinho de compras quando passamos ao lado de uma negra enorme, com um shortinho minúsculo e um top de oncinha.

Minha Sophia então dispara, bem ao lado da mulher:

"Papai, por que ela tá pelada?"

E a moça:

"Ó, ela tá falando que eu tô pelada?"

Antes que o assunto rendesse mais, acelerei meu carrinho e saí em disparada pelos corredores do local.




Direto na têmpora: Traffic - Stereophonics

Crônica de uma vasectomia

Conforme prometido, segue aí o texto do meu bom amigo Gastão sobre suas agruras durante a vasec. Enjoy.


Amigos, estou de volta.

A cirurgia foi relativamente tranqüila. "Tranqüila" porque não foi nada do outro mundo, comparada a operações mais sérias. E "relativamente" porque também não é assim uma coisa à toa, levando em conta a região operada.

Cheguei ao local da castração na hora marcada, 10h da manhã do dia 28. Só fui convocado para o procedimento às 11h.

Uma enfermeira, dessas tias velhas e gordas, me dá uma daquelas camisolas de doente e recomenda: "Tira a roupa toda e veste a camisola, com a abertura para trás." E ainda ressalta: "É para tirar a roupa TODA, viu?"

Assim eu faço. Entro no banheiro gelado, tiro a roupa toda, dou a última olhada para o "condenado", visto a camisola e vou para o matadouro.

Chegando lá, vejo a tal tia junto com outra enfermeira, esta novinha, quase gatinha, com cara da espertinha. Ambas olham para mim sem conseguir esconder o riso. Deito na maca, com o cuidado de não mostrar a bunda para elas.

A tia véia me pede: "Com licença, vamos fazer uma pequena assepsia". Levanta a porra da camisola e começa a passar, com pinça e gaze, um líquido no meu pau, que nessa altura estava com uns 2 centímetros de comprimento. Era um cone de pele no meio das pernas. Detalhe: toda a região estava totalmente depilada.

A tia véia acaba a assepsia, e sai da sala. Ficamos só eu e a enfermeira novinha. Em silêncio. 1 minuto, 2 minutos, até que eu quebro o silêncio: "Situação estranha essa..." Ela tenta me consolar: "Ah, para o paciente é estranho, mas nós já estamos tão acostumadas..." Eu penso em falar "Olha, você tá vendo meu pau desse tamaninho, mas é porque eu tou com frio e com vergonha. Você precisa ver esse menino em posição de ataque, viu?" Mas desisto de falar, fico calado.

Ela tenta melhorar o meu lado com uma conversa no mínimo surrealista: "Eu fico embaraçada é quando eu tenho que lidar com números." Eu desisto de vez e fico ainda mais calado.

Neste momento, entra meu amigo, médico e carrasco: "E aê, Gastão, hahahaha, que situação, hein?". É um sádico, como todos os cirurgiões.

E começa o espetáculo.

Anestesia, tudo bem. Corta aqui, mexe ali, de repente, uma dor. "Pô, velho, tá doendo!" Mais anestesia. Começo a sentir puxando as coisas por dentro. Não é dor, mas uma sensação estranha. "E aí, Gastão, tudo tranqüilo?", ele pergunta. "Olha, tranqüilo mesmo, só quando eu estiver vestindo a calça para ir embora."

Mas o procedimento segue tranqüilo, na medida do possível. Conversamos sobre os velhos tempos, os velhos amigos, futebol e saúde. A cirurgia demora uns 30 minutos. Levanto e vejo uma poça marrom-avermelhada na maca. Fico pensando se eu havia cagado na maca sem perceber, mas concluo que era apenas iodo.

Meu amigo / médico / carrasco me passa as recomendações: repouso, gelo no local, e um tal de "suspensório escrotal", que eu nem pensei em adquirir. Suspensório escrotal, não!! E decreta 10 dias de abstinência sexual. Ainda tento negociar: "Mas nem uma punhetinha?". Não, nem uma punhetinha. Que merda. Ficar 10 dias sem churrasco a gente até agüenta, mas ficar sem churrasco e sem pão com manteiga é dureza.

Vou embora para Lafaiete, de ônibus. Cada buraco da estrada é sentido no meio das pernas. Paciência. Vou escutando Pink Floyd, Animals, no discman.

Os dias seguintes são de cuidado ao andar. O gelo é foda. Lafaiete com 15 graus de frio e eu pondo gelo no saco. O pau se encolhe de tal jeito que a gente acha que nunca mais ele vai sair dali. Quase desenvolvo a técnica de mijar assentado, mas até que não precisou.

Passados alguns dias, estou praticamente normal. Incomoda um pouco ao deitar e ao levantar da cama. E ainda permanece o instinto de levar a mão para proteger a região, ao passar perto de uma quina, uma criança ou algo que sugira risco.

E a vida segue. Falta pouco para completar meus 10 dias de abstinência sexual. Pouco mais de 7000 minutos...




Direto na têmpora: Whiskey in the jar - Thin Lizzy

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Estiramento

No meio da manhã, um estiramento muscular nas costas. Ainda bem que trabalho em frente a um hospital. Nem ia postar hoje, mas lembrei de um amigo meu que fez vasectomia e escreveu uma crônica sobre o, digamos, evento.

Se ele tiver coragem, vai mandar o texto pra eu postar aqui. É engraçadíssimo.

Enquanto isso, pescoço duro e dor pra sentar, pra deitar, pra levantar, pra digitar. Tirando isso, tudo beleza.

Amanhã eu volto pro trabalho e prometo que escrevo um post direitinho.




Direto na têmpora: Song of Joy - Nick Cave and the Bad Seeds

domingo, janeiro 25, 2009

Hora certa by Sophia

Depois do "quatro pra sempre", Sophia me brindou com mais uma verdade absoluta do mundo relogial.

"Que horas sao, papai?"

"10 e 15, Sophia."

"Uai, no meu sao "quase pras 5", papai."




Direto na tempora: C is for cookies - Cookie Monster

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Chata

A pessoa quando é chata não precisa exercitar o talento. Aquilo é algo natural a que ela não pode resistir.

Meu irmão mais novo tinha uma namorada que chamaremos aqui de A, que era extremamente chata. Por exemplo, todas as quintas meu irmão tinha basquete e só chegava em casa depois das 22h.


A partir das 19h30 ela começava a ligar.

"Werner chegou?"

"Não, A, ele só chega às 22h. Hoje é quinta, lembra?"

"Ah, é."


Às 20h, lá vinha de novo.

"Werner chegou?"

"Não, A, ele só chega às 22h, mas eu vou deixar recado, pode ter certeza."


21h tinha mais:

"O Werner está?"

"Porra, A, o werner só chega às 22h, eu juro que dou o recado. Juro! Aliás, ele chegando eu nem deixo ele ir ao banheiro, obrigo ele a te ligar na hora. Tá ok? Tá ok!? TÁ OK!?!?!?"


Tudo resolvido, tudo acertado, ela ligava de novo às 21h30. Isso, meus amigos, é um chato.




Direto na têmpora: Idle gossip - The Toy Dolls

Os Barbapapas

Eu gostava dos Barbapapas. Muito. Na época tinha algum produto que vinha com adesivos fofinhos dos Barbapapas (por mais gay que isso pareça) e eu simplesmente adorava. Daí podemos concluir que a complexidade da mente de uma criança é realmente estonteante.

Os Barbapapas são seres globóides, coloridos e cuja compleição física lembra a de uma geleca. Eram vários os integrantes da família Barbapapa, mas hoje o destaque fica com Barbabeau, o pintor espinhudo e Barbalala, a verdinha que adorava música.

Sabe lá Deus porque eu fui lembrar dessas criaturas hoje.



O Barbabeau herdou os cabelos espinhentos de algum tio distante.




A Barbalala era praticamente a Barbahippie.




Pouca gente sabe, mas Glup e Glip eram Barbapas albinos que, rejeitados pela família, foram adotados pelos Herculóides.




Direto na têmpora: Panic Open String - Calexico

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Eu era assim na faculdade

Da esquerda para a direita: Jônio Bethônico, Ulisses Soares, Cecília Torquato, Rodrigo "James" Moreira, Ricardo Steinmetz e, ao fundo, Simone Foureaux. Na frente, eu e Roberta Mendonça.



A Fernanda pegou o Maurilo já ladeira abaixo, tadinha.




Direto na têmpora: Death to Los Campesinos - Los Campesinos!

A folia momesca e o requeijão maldito

Estamos aí, buscando um hotel fazenda para passar o carnaval com Sophia e achamos duas boas opções (caríssimas) e uma de preço legal, mas que ainda não é o que queremos.

Sendo assim, venho solicitar a vocês embaixadores, engenheiros, bacharéis em turismo do pastelzinho que indiquem algo a uma distância razoável de BH e da minha conta bancária.

Juro que trago um doce de leite para quem fizer a melhor sugestão. Ah, e se alguém com filhos quiser entrar nessa também, estamos aceitando companheiros de viagem.

E já que o assunto é um pouco mais interiorano, vou lembrar aqui uma viagem que fiz a Passos já vão uns bons 20 anos. Chegando em casa de madrugada com meu primo Hermes, já meio de fogo, resolvo fazer um lanchinho enquanto ele vai ao banheiro.

Procurando em meio às delícias que sempre ficavam por ali na cozinha, deparei-me com uma brilhante barra de requeijão. Para quem não sabe, requeijão em barra é a prova de que a raça humana ainda tem salvação.

Peguei a faca, tirei um taio e enchi a boca. Na primeira mordida percebi o engano e comecei a tirar desesperadamente com as mãos a pasta grudada na minha língua, entre os dentes e no céu da boca. Era banha de porco.




Direto na têmpora: Dream a little dream of me - The Mamas & The Papas

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Birra

Ontem Sophia fez uma birra imensa antes de dormir. Enquanto eu e fernanda lutávamos para que ela fizesse as coisas, a criança possuída disparou várias pérolas, mas a melhor ainda foi (aos berros): "Ah, não, mamãe, você tá me pedindo muitas coisas."




Direto na têmpora: It ain't me, baby - Nancy Sinatra

Foundphotos!? Isso é sério, doutor?


Aí ela disse assim: "possua-me, possua-me" e eu comecei a rir.




"Ô, Formidável, vê aí a saideira. Maizuma pespi, peksi, pe-pi-si laite e um remedinho pra pressão, beleza?"




Quem estiver sendo encoxado faz cara de sério.




Direto na têmpora: Streams of Whiskey - The Pogues

terça-feira, janeiro 20, 2009

Boca a Boca

No boca a boca o problema é certeiro
O dizer se confunde ao chegar no ouvido
A orelha suja e a cabeça confusa
lhe alteram inteiramente o sentido

Se eu digo tu, ele entende cu
Se eu digo fim, ele entende sim
E o que eu digo só tem a verdade
Se for ouvido mesmo por mim.




Direto na têmpora: She's my best friend - Of Montreal

O último dia de Bush

Em homenagem ao fim da era G. W. Bush, um filme dos últimos dias de Clinton na Casa Branca. É simplesmente sensacional e engraçadíssimo ver o último dia de um presidente que, na prática, já não manda. Boa lembrança do Leo Oliveira.



O último dia de Bill.




Direto na têmpora: Love Is A Sign – The Go-Betweens

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Wii Accident

É por isso que eu sempre uso o meu controle amarradinho no braço.


Maammaaa




Direto na têmpora: Lakini's Juice - Live

Coisas das Letras

Viagem para São Thomé das Letras com alguns amigos. Dois carros cheios de marmanjos para o feriado. Chegando a Três corações, logo antes da subida, carona para algumas meninas.

Uma delas, bicho grilo típico da fauna letrense, assim que entra no carro começa a contar um encontro traumatizante com seres extraterrenos. Sem entrar em detalhes, ela menciona como a experiência foi impressionante e como ela estava indo para a cidade mística em busca de respostas.

Silêncio breve e um dos meus amigos emenda: "pode falar, um ET comeu você, né?". No resto da subida não se ouviu mais a voz da pequena.

Outra rapidinha de São Thomé foi a vez em que um dos amigos ficou muito bêbado e sumiu. De repente, um outro colega caminhava com uma mocinha que arranjou por ali quando, como um raio, vem o bebum correndo, rouba o chapéu da donzela e, ainda em disparada, joga em uma poça de lama.

Após o feito, ergue os braços e sai comemorando "Touchdown! Touchdown!".

São Thomé era bom.




Direto na têmpora: Meu mundo e nada mais - Guilherme Arantes

Conselhos

Tem um episódio de Friends em que a Monica proíbe Chandler de dar conselhos. Alguém deverioa fazer o mesmo comigo.

Eu sou aquele cara que vê o namorado da amiga com outro, conta pra ela, aconselha a terminar, só para perceber que ela acredita mais nele do que em você. Na soma final, ela te odeia por tentar destruir o namoro e ele fica puto porque você estragou a comidinha por fora dele.

Se eu te disser para ir pelo caminho "x", ele com certeza estará congestionado. Se eu recomendar uma raça de cachorro, o filhote que você comprar terá algum distúrbio comportamental e irá transformar sua vida em um inferno. Se eu te aconselhar a aceitar um emprego você vai ser maltratado nele e levar um cano.

Já citei aqui o caso do cartão de crédito da Cacate e não faltam exemplos da minha falta de talento para o auxílio aos amigos. Enfim, a lista é imensa e podemos resumi-la em um grande conselho: nunca ouça os meus conselhos.

Enfim, resolvi colocar este texto aqui porque, caso qualquer dia desses eu dê algum conselho neste blog, fico eximido de toda responsabilidade sobre as consequências sofridas por quem resolver acreditar em mim.

Ou seja, siga os conselhos do redatozim por sua conta e risco. E pronto.




Direto na têmpora: Tonight she comes - The Cars

sábado, janeiro 17, 2009

Hormonios

Minha sobrinha de 8 anos, Olivia, conversava com seus amigos Gabriel e Jojo. O grupo estava um pouco exaltado e quando alguem chamou a atencao, Jojo respondeu:

"Sao os hormonios."

Olivia: "O que eh hormonio, Jojo?"

Jojo: "Eu sei la."

Gabriel: "Hormonios sao espermatozoides."

Olivia: "Ih, ja vem ele falando dificil."




Direto na tempora: How can you mend a broken heart - Bee Gees

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Medo

Eu sempre morri de medo de fantasmas. Sério mesmo. Inclusive já avisei pra todo mundo que, se morrer, nem precisa vir me contar como é do lado de lá, avisar de perigo ou dar conselho.

De filme de terror eu até gosto, mas se eu tenho que andar sozinho por uma rua escura, penso sempre primeiro em assombração e depois em assalto.

Por causa disso, lembrei do caso de meu irmão do meio, Diogo, que começou a acordar no meio da noite com alguma coisa puxando seu lençol ou a barra do pijama. Apavorado, ele se encolhia e passava a noite praticamente em claro.

Alguns dias de sofrimento depois, ele chama meu irmão mais novo, o Werner. Os dois dividiam o quarto e ele achou justo desabafar sobre a suposta assombração:

"Cara, eu não tô conseguindo mais dormir. Toda noite, no meio da madrugada, alguma coisa vem puxar meu lençol. Tô desesperado."

Foi acabar de falar e o Werner morreu de rir. O fantasma era ele, cutucando o Diogo para que ele parasse de roncar.




Direto na têmpora: Novocain Stain - Modest Mouse

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Cachacinha

Certa agência de Belo Horizonte, apesar de afamada por seu porte e por sua carteira de clientes, não possuía um dos melhores ambientes para se trabalhar. Os que passaram por lá diriam, inclusive, que era algo próximo do bizarro e do inacreditável.

Daí que, certa feita, alguém teve a idéia de levar uma garrafa de cachaça para aliviar a tensão nos momentos de crise. Ficava ali pela criação, dentro do armário e, quando alguém ressentia algum agravo, ia lá e tomava uma talagada.

A primeira garrafa ficou por ali uns 15 dias e, quando acabou, alguém prontamente a substituiu. Essa segunda, durou menos, cerca de uma semana. A partir da sexta ou sétima unidade, a coisa degringolou e o produto precisava ser renovado diariamente.

Chegava-se ao ponto de trabalhar com uma caneca (para não dar bandeira) de cachaça ao lado da mesa.

O ambiente de trabalho ficava mais informal, as pessoas iam se soltando e a coisa mostrou-se perigosa quando um dos funcionários, visivelmente embriagado, negou-se a abandonar a máquina na qual jogava gamão online para que o dono da empresa pudesse enviar um email importantíssimo para o cliente.

Era a única máquina da agência com internet, uma raridade na época, e os colegas aprovavam enquanto o bebum argumentava:

"Ah, não, agora não. Já tá acabando aqui, depois é a sua vez, pô."

Acredite ou não, no rapaz não foi demitido. E nem advertido.




Direto na têmpora: Home again - Supertramp

Ataques

Ouvi hoje na Rádio Guarani: "Ataque de Israel acerta civis, hospital, prédio da ONU e até redações".

ATÉ redações? Nãããããããããoooooooooooo! Hospitais, tudo bem. ONU, vá lá. Civis, ok. Mas redações de redes de televisão e jornais?! Não, por Deus, não! É preciso dar um basta nessa guerra imediatamente. Quando a imprensa começa a sofrer é porque a coisa realmente saiu do controle.

(desculpem, mas esgotamos nosso estoque de sarcasmo, voltaremos em breve)




Direto na têmpora: Good Fortune - PJ Harvey

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Aos que chegam

Aos que chegam ao mundo, recebam de braços abertos a esperada nova: “eles venceram”.

Receba de braços abertos a velha vitória anunciada dos medíocres, a conquista já sabida dos medrosos, o êxito esmagador dos que não ousam.

Tranque suas asas em alguma gaveta suja e siga em frente, pois a vitória dos parvos abre portas.

É hora de obedecer, de baixar os padrões, de aceitar o comum e rumar firme, sorriso nos lábios, ao reino do que é mediano, a tudo que já foi acertado, à bênção da grande mesmice.

Desta ração seca façam o seu manjar, pois este é o mundo a que arrivam, e dele terão a conta dura e justa que for merecida.

Sejam bem vindos, todos vocês que chegam ao mundo, e recebam de braços abertos o que quer que lhes seja dado.

(Dino Gomez)




Direto na têmpora: Lullaby - Editors

terça-feira, janeiro 13, 2009

Uma outra Liras de Sintra

Em Liras de Sintra, a cegueira dói um pouco menos do que em outros sítios. Não se perde muito dos telhados de um vermelho acanelado ou da mesquita cambiada em igreja. Em Liras de Sintra, o não enxergar compensa-se.

A própria luz baça não clama à visão em Liras de Sintra, e o sabor dos vinhos ou o sal marinho na face não se perdem por não ver.

A Jonas de Bastos nasceram-lhe os olhos sem uma luz sequer. Adivinha o amadeirado das casas, o abrutalhado das ladeiras, o profundo do triste que há em sua cidade. As Liras de Sintra de Jonas de Bastos são outras e ainda as mesmas de quem ali vive.

Trabalha no mais delicado artesanato de velas e a cera faz-se amiga das pontas dos dedos delicadas, capazes de auscultar com medida os desejos da matéria inerte. Vende-as para usos toscos, de casas pobres e assim sustenta-se. Come seu peixe, mastiga seu pão e bebe seu vinho. Faz da lida o seu viver e nada mais vive.

Jonas de Bastos não vê o uso pouco que se faz de sua arte. E nem se importa. Seu ofício é dar forma à luz e assim cumpre o seu enxergar.




Direto na têmpora: Dance on Glass - The Sisters of Mercy

Parece mentira

Uma historinha fictícia, pero no mucho.

“Ô, rapaz, sua braguilha está aberta.”

“Não, não tá.”

“Tá sim, eu to vendo, olha aí.”

Uma conferida rápida e o outro se mantém firme.

“Não, fechadinha.”

“Cê tá doido, eu to vendo sua cueca daqui. É vermelha e tem alguma coisa escrita em preto.”

“Realmente minha cueca é assim, mas eu não acredito que minha braguilha esteja aberta. E quer saber? Você só está falando isso pra me incomodar.”

E foi embora, cueca à mostra e todo satisfeito.




Direto na têmpora: A brief celebration of indifference - Mudhoney

O não-sutil

Eu sou a favor da clareza nas relações profissionais. Tá certo que clareza pode se confundir com grosseria, mas esse é um risco calculado que eu acho melhor correr. É que ao contrário de muita gente no meio publicitário, eu não tenho a menor vocação para puxa-saco.

Daí que uma ex-colega de trabalho, da qual eu reclamava incessantemente, resolveu me interpelar ao final do expediente.

Queridinha do chefe e cheia de si, ela me parou no corredor e mandou ver:

"Maurilo, você vive reclamando do meu trabalho, está sempre achando ruim, me desculpe, mas acho que isso é pessoal."

"Olha, Fulaninha, eu não tenho nada pessoal contra você, nós temos inclusive amigos comuns e você me parece até simpática. Meu problema com você não é pessoal, é profissional."

E daí em diante discorri um rosário sobre como ela era desleixada com os pedidos de trabalho, incompetente na coleta do briefing e incapaz de discernir uma boa idéia de um cliché.

Poucos dias depois recebi uma proposta e mudei de emprego, mas acho que o papo surtiu efeito. É que outro dia fui saber que a menina largou o atendimento e trabalha hoje em outra área. Dizem que é péssima na nova atividade também, mas pelo menos ela se tocou.




Direto na têmpora: The Gold Song - Bouncing Souls

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Pimenta

Sim, apesar de muitos de vocês não acreditarem, existem imbecis maiores do que eu no mundo. Esse rapaz resolveu comer a pimenta considerada a mais "ardente" do mundo e documentou a façanha em vídeo.

Basta uma única palavra: mula.



Tá gostosinho?




Direto na têmpora: Brown Eyed Girl - El Chicano

Tradução simultânea

Morava debaixo de uma família que, sempre aos domingos, colocava músicas de gosto duvidoso e se danava a conversar, todos completamente bêbados, em altíssimo som. Já era hábito e, como tudo mais na vida, a gente se acostuma.

Um dia, a sobrinha da dona do apartamento ficou por ali, sozinha com o namorado e começou a repetir o ritual. Eu, que assistia televisão na sala, ouvi então um dos momentos mais maravilhosos dessa tradição.

A garota, completamente chapada, gritando para o namorado.

"Essa música é para a Fulana de Tal, minha professora de inglês em Fucktown, Missouri."

Nesse momento, "Simply the Best" da Tina Turner entra arregaçando e a moça manda ver uma tradução simultânea aos berros.

You're simply the best
"Você é simplesmente a melhor!!!"

Better than all the rest
"Melhor do que todos os outros!"

Não sei o que o namorado sentiu naquele momento, mas duvido que tenha rolado sexo no apartamento de cima naquela noite.




Direto na têmpora: Nature of the Experiment - Tokyo Police Club

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Guia para atendimento / cliente

Quem ainda não lê o "Piores Briefings do Mundo" (listado ao lado como "Mal Brifado"), precisa começar hoje. Mesmo em férias, eles deixaram um legado sensacional com o guia "Como enlouquecer um Diretor de Arte em 8 passos". Simplesmente brilhante.

Não vou listar tudo, mas digo que o 8o passo é simplesmente perfeito. Quando a gente cede após tanta loucura e faz o que pedem, invariavelmente vem o comentário: "mas aí você não fez nada, acabou que eu fiz tudo sozinho".

Enfim, nosso caminho para o céu está pavimentado em ouro e com refrescos geladinhos servidos ao longo do trajeto. Segue aí o item 8:


"Depois de aplicar todos os itens desta lista em sua vítima, faz parte da natureza humana (embora alguns irão argumentar se eles são humanos ou não) ficar um pouco inseguro. Conforme ele for percebendo que não pode satisfazer suas necessidades, o diretor de arte irá abandonar todas as suas esperanças de vencer uma discussão e irá fazer só o que você disser para ele fazer, sem questionar. Você quer aquilo em roxo? Então é roxo. Seis fontes diferentes? Claro!

Nesta altura dos fatos, você deve estar pensando que venceu, mas não se esqueça do seu objetivo: ele tem que desistir desse negócio. Então esteja pronto para o golpe final: Quando estiver em suas decisões finais sobre cores, formas, fontes, etc, diga-lhe que está desapontado com a falta de iniciativa dele. Diga-lhe que afinal de contas, ele é o DIRETOR DE ARTE e que ele deveria ser o cara que coloca sua experiência e seu talento no trabalho, não você. Que você estava esperando mais soluções e avisos sobre o layout dele.

Diga-lhe que você está farto desta falta de criatividade e que era melhor você mesmo fazer o seus layouts no publisher ao invés de pagar por seus serviços. E aí está. Você deve ter um diretor de arte imobilizado em uma camisa de força em pouco tempo!"





Direto na têmpora: Manchild - Eels

Nomes de novo

Já disse algumas vezes que me chamam de Maurício, Marcílio, Murilo, Maurinho, tudo menos Maurilo. Até aí, perfeito, meu nome não é comum mesmo.

Agora, o que mais me impressiona é que, em 80% dos casos, quando a pessoa entende finalmente que meu nome Maurilo a primeira pergunta é "com dois 'L'?". Quer dizer, não basta meu nome ser difícil o suficiente para causar toda aquela confusão, é preciso que ele ganhe ainda um "L" extra pra foder de vez.

Daí que me lembrei de um amigo meu, o Hélio. Em um serviço de atendimento qualquer, a mocinha pergunta solícita:

"Seu nome é com "H"?

Ao receber a resposta afirmativa, não teve dúvidas e grafou "Élho".




Direto na têmpora: The Shy Retirer - Arab Strap

Dezembro

Pois bem, o ano acabou e vamos ao balanço do seu derradeiro mês. Comi muita rabanada e o CSN empatou: saí de dezembro com o mesmo peso que entrei.

No pastelzinho, o ranking de visitas ficou assim:


Países

Dezembro
1) Brasil
2) EUA
3) Austria
4) Portugal
5) Canadá
6) Espanha
7) Venezuela
8) Inglaterra
9) França
10) Mônaco


Geral
1) Brasil
2) EUA
3) Venezuela
4) Portugal
5) Espanha
6) França
7) Canadá
8) Áustria
9) Inglaterra
10) Alemanha



Cidades

Dezembro
1) Belo Horizonte
2) Rio de Janeiro
3) São Paulo
4) Salvador
5) Brasília
6) Curitiba
7) Porto Alegre
8) Goiânia
9) Recife
10) Teresina / Santo André (empate)


Geral
1) Belo Horizonte
2) Rio de Janeiro
3) São Paulo
4) Brasília
5) Salvador
6) Campinas
7) Curitiba
8) Porto Alegre
9) Recife
10) Goiânia




Direto na têmpora: I had a job - Bear Quartet

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Corporações

Grandes corporações são ambientes em que:

- todo mundo pode dizer não para o seu trabalho, mas pouquíssima gente pode dizer sim;

- o chefe houve todo mundo, mas decide independente do que qualquer um diga;

- "vestir a camisa" e "sofrer lavagem cerebral" são conceitos perigosamente próximos;

- os acertos são da empresa, os erros são dos fornecedores;

- nenhum processo é tão simples quanto parece;

- nenhum problema é tão pequeno quanto parece;

- nenhum colega é tão amigo quanto parece.


Claro que é tudo exagero, brincadeira e momice de um velho resmungão. Resumindo, se alguém puder me indicar, tô animando com uma grande corporação fácil (o pior é que é sério).




Direto na têmpora: Fell down the stairs - Tilly and The Wall

Os "erres"

Sophia adora os "erres". Sim, a letra "R". Ela faz questão de pronunciar exageradamente e bem rascante, mais ao estilo alemão do que português. Assim, ela diz verrrrrrrrrrde, verrrrrrrrrrmelho e por aí vai.

Mas a coisa agora ganhou ares surreais, porque a pequena começou a acrescentar a letrinha benquista em lugares onde ela originalmente não existe.

Daí, surgem neologismos como "caférrr" e "vocêrrrr".

E nós lá, achando tudo lindo.




Direto na têmpora: Paris 2004 - Peter Bjorn and John

quarta-feira, janeiro 07, 2009

A sutileza chinesa é uma beleza com certeza

Um colega estava com dores horríveis na região abdominal e, desestimulado da medicina tradicional, procura uma chinesa especializada em medicina oriental.

No meio da consulta, a senhorinha começa a conversa:

"Olha, nós vai curá você, mas não pode bebê, né? Ah, você casado?"

"Não."

"Namorada?"

"Não."

"Ó, é porquê não pode sexo, né?"

Após um curto silêncio do meu amigo ela complementa sorrindo e simulando uma masturbação com o dedo indicador:

"Nem com a mão, viu?"




Direto na têmpora: Midnight Hour - Benny Gordon & The Soul Brothers

terça-feira, janeiro 06, 2009

Mas peraí, foundphotos em 2009!? Neeeeemmm...


"Não, Juninho, é pra tirar foto do refém, não minha."




"Pô, Marineide, isso é hora de chegar, caralho! Senta aí e faz meu afro que amanhã eu tenho que encontrar os mano, porra!"




O primeiro exame de próstata grupal aconteceu nos anos 60: "ficar em posição foi fácil, mas a gente tinha que ter tirado a sunga antes".




Direto na têmpora: Folding Chair - Regina Spektor

Atores e sotaques

O que é pior: um ator que tenta fazer um sotaque e falha ou um ator que ignora completamente as origens do personagem e fala do jeito que quiser? Eu opto com alegria pela segunda opção.

Não sou muito noveleiro, mas agora, com Fernanda seguindo atentamente os últimos capítulos de "A Favorita", acompanhei o total desprezo do ator e bairro do Rio de Janeiro, Bento Ribeiro, pelo sotaque de seu personagem.

Na cena em questão, o personagem do ator (homônimo do local de nascimento do Ronaldo gorducho) tentava mascar a Claudia Ohana explicando suas origens mineiras (em Lavras, se não me engano). Até aí, problema nenhum, a única observação é que o cara falava com um fortíssimo sotaque carioca.

Aconteceu a mesma coisa em outra novela em que a Suzana Vieira tirava um bonitão da fazenda e levava pra morar com ela. Pois bem, o matuto falava igualzinho ao Romário.

Tá certo que nos dois casos os atores são simplesmente péssimos e despreparados, mas daí a ligar o foda-se e falar do jeito que quiser me parece meio errado.

Imagine, por exemplo, o Auto da Compadecida com um ator de sotaque gaúcho fazendo o Chicó e um outro com aquela puxada forte da periferia paulista fazendo o João Grilo. "Não sei não, tchê, só sei que foi assim, bah!"

O tal Bento Ribeiro é filho do João Ubaldo Ribeiro (!) e, apesar de um ator horroroso, me parece o menos culpado no processo. Tem um diretor que diz corta e manda editar a cena, tem alguém que selecionou o cara pro elenco e tem um monte de gente que acha normal alguém de Lavras puxar o "s".

E o pior, enquanto procurava no Google informações sobre nosso canastrãozinho, ainda achei elogios à sua "atuação". Ainda bem que agora lá em casa tem duas tvs e eu posso assistir Mad Men (em dvd) no horário nobre.




Direto na têmpora: Use me - Bill Withers

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Nós

Não fomos feitos um para o outro, não estava escrito nas estrelas, não foi o destino.

Houve sim, o acaso após 13 anos sem nos vermos, o encontro na rua, a aproximação, mas não somos fruto de um desígnio. Mais bonito que isso, somos frutos de nossa vontade.

Nós nos fizemos um para o outro; escrevemos nossa própria história em estrelas, pedras e lágrimas; fizemos o destino que nosso amor possibilitou criar.

Nós não somos um conto de fadas, um filme com Julia Roberts ou um grande romance épico. Nós somos esse dia-a-dia difícil e maravilhoso, incerto e apaixonado. Nós somos nosso pequeno grande amor, que não se nota, sobre o qual não se escreve, que não faz outros sonharem.

Nós somos esse projeto que construímos, que nos cabe melhor, que nos aceita assim e que podemos mudar todo dia. Nós somos um trabalho a quatro mãos e a milhões de sonhos. Andamos sobre o chão que você me deu e voamos com as asas que tecemos juntos.

Nós somos limite e compreensão, tentativa e erro, o pé tateando cuidadoso o vazio e o salto livre no espaço.

Não somos mais e nem menos. Somos nós.



PS - Porque digo à Fernanda o quanto a amo menos do que deveria, escrevi isso. A ela que me tornou plural, um beijo que seja como o primeiro sempre.




Direto na têmpora: Gotta have you - The Weepies

Aqui

O primeiro post de 2009 precisava ser sobre esse espaço aqui. Um lugar que alguns chama de virtual, mas que, acredite, é das coisas mais reais que podem existir.

Real como receber do André Schneider de NY, que eu não conheço, a foto do aniversário da Sophia devidamente tratada porque ele percebeu que a original estava escura.

Real como os amigos distantes que se fazem presentes aqui, amigos como o Oliva e o Presunto, para não mencionar um monte de outros.

Real como a mensagem que a Ana Eduarda, ex-colega de colégio, mandou para a lista de amigos do Loyola, mencionando o Pastelzinho e a Sophia (bom, pelo menos eu acho que eram a minha Sophia e o meu Pastelzinho).

Real como o abraço que ganhei da Ana Bárbara na escadaria do Ponteio sendo que nunca a havia encontrado antes.

Real como tantas pessoas que conheci aqui e que hoje são também parte da minha razão de escrever (não dá pra listar todos, vai) e estar aqui.

Real como a falta que eu sinto de receber os comentárioos e postar mensagens quando estou viajando.

O que mais me espanta é o fato de que o Pastelzinho não fala sobre um assunto específico, não tem um tema emocionante, não se aprofunda, não é exatamente engraçado, exatamente emocionante, ou exatamente bem escrito. É no máximo um blog nota 7.

Pensando bem, eu também sou um cara nota 7. Um sólido 7, que sem ser verdadeiramente péssimo em nada, também não brilha em coisíssima alguma.

Talvez seja isso. O único mérito do Pastelzinho talvez seja refletir quem eu sou. É meu lugar de desabafo, minha tentativa de poesia, meu momento de humor. É real pra mim e se for real para vocês, é tudo o que eu posso querer.




Direto na têmpora: Rosie had everything planned - Supertramp