quinta-feira, agosto 31, 2006

Roubando de novo, hein?

Mais um post roubado, desta vez do caríssimo Jonga Olivieri e do seu jongaoliva.blogspot.com. Apreciem.


O "caso" do cliente teimoso

Este foi-me contado pelo meu amigo Sergio Torres, de Belo Horizonte. E os fatos ocorreram, mais ou menos do jeito que se segue, no transcorrer de uma reunião.
Estava sendo apresentada uma campanha a um cliente. Bom, a agência inteira acreditava, e muito, na referida proposta. Mas o cliente não gostou. Sim, o cliente era do tipo "não gostei". Coisa que aliás é um comportamento "secular" em propaganda. Se um médico dá uma opinião sobre a saúde de alguém, a coisa é levada a sério. Uma equipe de publicitários, grande parte das vezes, não tem a mesma sorte. Apesar de encarar com seriedade o problema passado para eles, existem clientes que quando não gostam, empacam. E, em muitos casos, é mesmo por questão de gosto pessoal. É como se a campanha fosse dirigida a ele, e não ao seu público alvo. É mais ou menos como se ele fosse o consumidor final de seu próprio produto ou serviço.
Em determinado momento, a agência, vendo que o cliente continuava não concordando com a campanha, sugeriu que se fizesse uma pesquisa.
- É, que tal pré-testar a campanha? Daria a todos nós muito mais confiança em seguir adiante. Além disto seria uma forma de sabermos se realmente estamos ou não atingindo o nosso target.
O cliente coçou o queixo, parou, pensou um pouco e soltou de lá a seguinte preciosidade:
-Seria um grande problema... Todos pararam. Atenções em cima do indivíduo que continuou:
-...e se todos gostassem, e eu continuasse não gostando?




Direto na têmpora: Love will tear us apart - Joy Division

Revisores, revisores (ou viva a Consu!)

Tenho uma amiga que, trabalhando como redatora, atendia a conta de uma prefeitura. A memória insiste em me dizer que era Itaúna, mas eu já não confio nela (a memória, não Itaúna) há um bom tempo. O fato é que houve uma campanha dizendo que aquela era uma cidade 100%. 100% das casas com luz elétrica, 100% das crianças na escola, 100% das ruas com asfalto, etc, etc.
Minha amiga, que além de redatora era revisora (um lance que quase nunca dá certo, diga-se de passagem) debruçou-se sobre o material e liberou tudo a tempo. Todos felizes até que, alguns dias depois, liga o prefeito com o material impresso na mão. "Tudo bom, gente? Olha só, eu recebi o material e tem um negócio aqui que eu tô achando estranho. É 100% das casas com água de esgoto mesmo?".
Passado o desespero, a agência reimprimiu todo o material com o texto correto que seria, obviamente, "100% das casas com água E esgoto". Minha amiga ficou mortificada, coitada, e é por isso que eu agradeço à Gó, à Teo e hoje à Consu, que sempre ajudaram a evitar que minha completa ignorância no português seja descoberta pelo público em geral.




Direto na têmpora: O tempo dos assassinos - Último Número

segunda-feira, agosto 28, 2006

Birthday

You say it's your birthday
It's my birthday too--yeah
They say it's your birthday
We're gonna have a good time
I'm glad it's your birthday
Happy birthday to you.

Yes we're going to a party party
Yes we're going to a party party
Yes we're going to a party party.

I would like you to dance--Birthday
Take a cha-cha-cha-chance-Birthday
I would like you to dance--Birthday
Dance

You say it's your birthday
Well it's my birthday too--yeah
You say it's your birthday
We're gonna have a good time
I'm glad it's your birthday
Happy birthday to you.




Direto na têmpora: Birthday - The Beatles

Comite Savassinuca

Passei na frente do antigo Savassinuca e vi que hoje lá funciona um comitê eleitoral. Saudades daqueles velhos tempos quando aquela esquina era um lugar onde as pessoas jogavam sinuca e ficavam só batendo papo, falando mal dos outros, sem nada demais pra pensar, realizar e sem se preocuparem com mais ninguém.
...
Pensando bem, tirando a sinuca não mudou tanto assim.




Direto na têmpora: Bike - Pink Floyd

sexta-feira, agosto 25, 2006

O elevador dedo-duro

Trabalhei na ABC pouco menos de um ano. Foram, na verdade, o primeiro salário direito que ganhei, os primeiros clientes mais bacanas que atendi e as primeiras peças mais legais do meu portifólio. Só que tinha um lance, o Augusto, que era o dono da agência, era um cara completamente de lua, que assustava muitos dos funcionários com seu jeito estouradão.
Quando o Augusto chegava era um Deus nos acuda. Nêgo fingindo que trabalhava, caboclo arrumando a mesa, gente voltando correndo pro setor, um verdadeiro pandemônio. A única coisa que mantinha uma certa ordem no meio desse caos era o elevador, que emitia um som de campainha sempre que parava no andar. Então era ouvir o barulho do elevador e todo mundo se arrumava pro patrão encontrar tudo na mais perfeita ordem.
Não sei se por desconfiança ou por puro saco cheio do barulhinho, um dia o Augusto mandou desligar a tal campainha e não avisou ninguém. Deu-se então a desgraça. Quando o homem entrou na agência encontrou turma batendo papo, jogando no computador, tomando cafezinho e aí foi aquele esporro, de "ninguém trabalha nessa merda" pra cima.
Daí por diante acabou-se o sossego. Nunca uma campainha de elevador fez tanta falta.




Direto na têmpora: God Save the Queen - Sex Pistols

quarta-feira, agosto 23, 2006

Workfaker

Eu tenho um amigo que uma vez descobriu um lance genial, o workfaker. A gente trabalhava numa agência sem tráfego / operações e sem Diretor de Criação na época, o que fazia com que a cobrança do trabalho fosse feita diretamente pelos interessados, fossem eles diretores, atendimentos, mídias, produtores etc.
Pois o tal do workfaker faz exatamente o que o nome sugere: finge o trabalho. Era basicamente uma barrinha que ficava exposta na sua tela e que ia sendo preenchida conforme o tempo que você programasse. Explicando, se você marcasse 20 minutos, o workfaker ficava ali, com a mensagem de "processing" e você poderia, na maior cara dura, dizer que não havia nada a fazer, porque a máquina ainda estava processando.
Para redatores era mais complicado, mas o workfaker propiciou saudáveis e importantes momentos de ócio para diversos finalistas e diretores de arte naquela renomada empresa de comunicação.




Direto na têmpora: Crank - Catherine Wheel

terça-feira, agosto 22, 2006

Cafezinho

Pois quando a LF era uma das maiores agências de Minas, tinha um produtor gráfico que foge de qualquer padrão. Bronco até o osso e grosso que é um absurdo, Joarez criou um monte de produtores gráficos que estão no mercado hoje e tinha um cargo que merecia muito respeito dentro da agência.
Durante uma reunião com fornecedores, Joarez liga para a recepção e pede um cafezinho pro pessoal. A recepcionista, prestativa e sem saber que tipo de convidado estava ali, fica na dúvida se o café deveria ser servido em copinhos de plástico ou xícaras e manda a fatídica pergunta: "É pra levar na xícara, Seu Joarez?" No que a mula responde de bate-pronto: "Não, minha filha, é pra jogar no chão, pegar um rodo e vir empurrando".
Não sei se a menina chorou, mas se chorou, eu entendo.




Direto na têmpora: Steam - Peter Gabriel

Dietas

Vivendo as desgraças de mais um regime, recebo um email do Deomar com um texto (supostamente) de Jô Soares. Na íntegra ficaria muito grande, então seguem os principais trechos que quase me fizeram desistir da empreitada de perder aí uns 25, 30kg.


"O emagreando (ou regimando), é um indivíduo macambúzio, triste e cabisbaixo. Para ele nada faz sentido, só uma empadinha. A balança, depois da roleta do ônibus, é a sua maior inimiga.
No geral, todas as dietas seguem o mesmo princípio: nada que é gostoso pode! E o pior são os médicos de dieta querendo convencer você das delícias do chuchu, do sabor da cenoura, que um tomate no lanche substitui um Big Bob e que o chá de camomila relaxa mais que um chopp.
Só quem ganha com os regimes são os médicos de dieta, que devem gastar todo o dinheiro em banquetes monumentais, em porres homéricos nos congressos que eles organizam só pra contar piada e zombar dos pacientes que eles deixaram suspirando na frente de uma folha de alface.
Comida pra ser boa tem que fazer mal, dar dor de barriga: mocotó, feijoada, leitão à pururuca, rabada, xinxim de galinha, vatapá, caruru, bobó, barreado, virado à paulista, baconzitos, cheesitos, doritos, pizza, batata frita de latinha, cheeseeggtudoburguer com molho e sem alface, bacalhau à zé do pipo, salame, salsichão e, é claro, o porco como um todo. Isso sim é que é comida de verdade! Comida só funciona com culpa. E tem mais: se a gula é um pecado, o inferno deve ser ótimo pra fazer churrasco.
Ninguém no sábado depois do almoço bate na barriga satisfeito e vai puxar um ronco depois de comer uma salada. Ninguém convida um amigo: "vai sábado lá em casa que vai ter alfaçada". É mais fácil perder um amigo se você fizer um convite desses do que os 30 quilos que estão sobrando."




Direto na têmpora: Mestre Jonas - Sá, Rodrix e Guarabira

segunda-feira, agosto 21, 2006

El Viejo

O que se passa com o velho
Que com o corpo desnudo se exibe na praça?
O tudo é já flácido, o sorriso é já morto
O que será que se passa com o velho?

As velhas beatas que vão à igreja
Rogam a Deus para que não mais haja o velho.
Depois, nos bancos, murmuram silentes
“Meu Deus, o que se passa com o velho?”

As famílias austeras, de velhos barões
Se chocam com o velho e apertam o passo
Torcendo os bigodes, o senhor se altera
“Mas que diabos se passa com o velho?”

As meninas que cruzam a praça de dia
Trazendo da escola viço e pudores
Se grudam, se juntam, se tocam e riem
“Ai, ai, ai, o que se passa com o velho?”

Mas uma das moças, quando a luz já é morta
Retorna, escapa e vem ver o velho
Porque ela sabe que mais que um desejo
É só um pedido o que se passa com o velho.


Alberto Guiñazú




Direto na têmpora: Lamento sertanejo - Portastatic

Chris Christmas Rodriguez

Ah, a genialidade atemporal de Chris Christmas Rodriguez. Chega de Papai Noel, queremos Chris.

http://www.wiggerl.com/ccr/index.htm




Direto na têmpora: Massacre - Titãs

Eu queria ser amigo do rei

"Vou-me embora pra Pasárgada, lá sou amigo do rei."
Manuel Bandeira


Muito melhor do que ser rei é ser amigo do rei. O amigo do rei não tem o peso da coroa, a dureza do trono ou a pose ridícula no segurar o cetro. O amigo do rei (quase) tudo pode e a ele nada se pede. O amigo do rei aparece na foto oficial, acompanha o séquito nas viagens internacionais, participa dos lautos jantares da corte, tudo com aquela segurança de quem tem um cargo praticamente vitalício, sem concurso e sem precisar sequer de segundo grau completo.
Sábio foi o Manuel Bandeira que, mesmo sem sê-lo, imortalizou o amigo do rei como ideal até em um reino imaginário. Bem escrito, Manuel, muito bem escrito. Ah, como eu queria ser amigo do rei.




Direto na têmpora: Chico Buarque song - Fellini

A semana de 4 dias

Quanto mais fins de semana eu passo, mais eu acredito que deveriam ser apenas 4 os dias de trabalho da semana. Pra que produzir tanto, gente? Não, é tempo demais pra ficar longe de casa, 4 dias tá perfeito. Eu sei, eu sei, alguns de vocês vão dizer que se reduzissem a semana para 4 dias logo, logo eu estaria pedindo uma redução para apenas 3. Sim, por Deus, sim!!! E assim por diante, diga-se de passagem, até que não houvesse sequer um "dia útil" vivo pra contar a história.
A verdade é que, apesar da vida ter me levado para outros caminhos, eu nasci para ser vagabundo. Nasci pra viver às custas de alguém, seja mulher, pai, irmão, pouco importa. Tá no meu DNA. É alguma mutação genética que me faz trocar o trabalho por quase qualquer coisa. Infelizmente, a falta de riquezas da minha família e a minha completa ausência de talento para o embuste e o puxa-saquismo me levaram ao ponto de não apenas ter que trabalhar, mas ainda por cima de tentar fazê-lo bem.
O pior é que, com a Sophia, a necessidade de ralar fica ainda mais premente e minhas chances de viver plenamente meu dom de vagabundo diminuem. Sejamos sinceros, o fato de não jogar na Megasena também prejudica esse nobre ideal, mas fazer o quê? Ir na lotérica dá um trampo...




Direto na têmpora: I don't like mondays - Tori Amos

sexta-feira, agosto 18, 2006

Povos estranhos

Dizem que a duração do minuto depende de que lado da porta do banheiro você está. Nas agências de publicidade o mesmo princípio se aplica aos pedidos de trabalho. Na visão do cliente, por exemplo, dois dias é tempo até demais para se criar uma campanha, mas um mês é muito corrido para aprová-la. Distorçõezinhas do espaço-tempo que acontecem na vida da gente.
Aliás, eu tenho uma teoria de que a agência e os clientes vivem em dimensões distintas, cada uma com suas próprias regras. Por exemplo, no mundo exterior as leis da física permitem facilmente que as mesmas informações de um ad página dupla caibam em um outdoor. É fácil, é possível. Só dentro do mundo agência é que, sabe-se lá como, isso fica complicado. A mesma coisa com o tempo. No mundo exterior, não importa o volume de texto, ele sempre cabe em 30 segundos. Pra nós aqui é mais difícil, às vezes temos até que cortar conteúdo. Olha que absurdo!
E o pior é que só existe uma espécie capaz de circular entre esses dois mundos, seres que respiram oxigênio e enxofre com a mesma desenvoltura, capazes de aplicar e misturar as leis de uma dimensão e outra. Essas criaturas vivem numa espécie de limbo chamado DEPARTAMENTO DE ATENDIMENTO e sobre elas existem apenas lendas, medos, histórias que misturam magia, beleza e terror. Um povo estranho e desconhecido esses atendimentos.





Direto na têmpora: All I want is more - Reel Big Fish

quinta-feira, agosto 17, 2006

Lurgee

I feel better, I feel better now you've gone.
I got better, I got better, I got strong.
I feel better, I feel better now there's nothing wrong.
I got better, I got better, I got strong.

Tell me something, tell me something I don't know,
Tell me one thing, tell me one thing, let it go.

I got something, I got something heaven knows,
I got something, I got something I don't know



PS - Essa música é top 3 do Radiohead fácil. Nunca tinha reparado na letra, mas tava ouvindo aqui e tive que baixar e postar. É um pós-break-up do caralho ou não é?




Direto na têmpora: Lurgee - Radiohead

Ta lendo o que?

Continuo na minha luta para ler a obra completa de Guimarães Rosa. Luta no sentido figurado, claro, porque o cabra era realmente foda. Agora falta acabar o "Estas Histórias" e fechar com o "Ave, Palavra". Tirando isso, fui ao Salão do Livro e passei no estande da Conrad. Pronto, minha febre de quadrinhos voltou. Comprei um, peguei outro emprestado e encomendei outros tantos. Renasceram inclusive sonhos de consumo como o Asilo Arkham, a obra completa de Calvin e Haroldo e por aí vai.
É incrível como ler, nem importa tanto o quê, alimenta nossa vontade de escrever. O inverso nem sempre é verdade, pelo menos pra mim, mas é incrível como a leitura me faz querer escrever qualquer coisa, seja um poema, um conto, um anúncio.
Então aí vai uma dica nada original pra quem tá começando na redação publicitária: leia pra caramba. Muito mesmo. Não é garantia de que você vai ser um grande profissional, pode não influenciar em nada o seu estilo, mas pelo menos é uma ótima maneira de passar o tempo e ver como tem gente que escreve muito melhor que você nesse mundo. E pode ter certeza de uma coisa, quando a gente está começando, humildade é a grande lição que se precisa aprender.





Direto na têmpora: Pessoa - Dalto

Leminskiana II

Um poema me acordou no meio da noite
Pus no papel e ele morreu
Antes ele do que eu


Alberto Guiñazú





Direto na têmpora: Mah-na Mah-na - Muppets

quarta-feira, agosto 16, 2006

Fone Zero

Tentaram roubar meu carro. Nada de muito novo aqui em Belo Horizonte e, principalmente, nas cercanias da TOM. Acontece, faz parte, é assim. Além de morrer em trezentos paus no conserto, não tive nenhum outro prejuízo, já que não levaram nada e nem arrebentaram muito o Sieninha. Mas um negócio interessante é que não me lembro de ter trabalhado em nenhuma agência onde estacionamento não fosse um problema. Mentira, teve a Alcântara pra onde eu ia a pé e voltava de ônibus, mas é a exceção que confirma a regra. Não é culpa de ninguém, mas é impressionante como esse tipo de coisa acontece sempre. Ou a gente paga uma grana por estacionamento ou fica na mão dos flanelinhas. E aí, tá no risco.
Isso tudo é pra dizer que, como ia ficar sem carro, acabei não trazendo meu pcpod (explicação apenas sob consulta) e, por conseqüência, tô sem fone de ouvido. Parece bobagem, mas isso muda completamente a minha forma de trabalhar. Fico mais disperso, sei lá. Só sei que nem itunes tá rolando e eu tô louco pra ouvir Smiths enquanto começo a criar uma campanhota.
Como protesto pela minha própria burrice, só pensarei de verdade no trabalho a partir das 16 horas. Até lá minha prioridade é o conserto do carro.


PS - Se você está lendo esse post e é um dos sócios da TOM, cliente, operações ou o atendimento da conta, é tudo mentira. Estou trabalhando feito um louco desde que recebi o briefing e não cessarei até obter o melhor resultado possível dentro do custo desejado.





Direto na têmpora (virtual): Let me get what I want - The Smiths

segunda-feira, agosto 14, 2006

Novas estrategias de midia

Acabei de assistir ao vídeo do PCC veiculado pela Globo após o sequestro de um de seus repórteres. Taí, gostei. Essa é uma ótima solução para anunciantes que querem estar presentes na tv, têm boa idéias, bons produtos, mas não têm verba. É preciso apenas sequestrar um funcionário da Globo e fazer o seu comercial.
Dá até pra fazer uma tabela:

- Funcionários em geral (manutenção, limpeza, cozinha): vinhetinha de 5 segundos.
- Equipe técnica: filme de 15 segundos.
- Repórteres: filme de 30 segundos.
- Diretoria: infomercial até 4 minutos.
- Qualquer membro da família Bonner: merchandising no Jornal Nacional.
- Qualquer membro da família Marinho: programa semanal com meia hora de duração.

Claro que a escolha dos horários depende de negociação com o Departamento Comercial da Globo e da Polícia Anti-Seqüestro. Aí sim, veremos a democratização das mídias, com Armazém do Tonho em plena novela das 8.





Direto na têmpora: Sexo e karatê - Plebe Rude

sexta-feira, agosto 11, 2006

Sarita Catatau
















Eu sempre digo que, quando estou digitando, é justamente quando o trabalho pesado de criação já acabou. É que depois do conceito acertado e dos títulos definidos, o resto é perfumaria. Perfumaria importante, mas perfumaria. Se a idéia tá bacana, pertinente, atraente, dez textos com estilos totalmente diferentes (bem escritos, claro) podem servir conforme o gosto do freguês.
Para exemplificar isso, lembrei do Zé Carlos, com quem conversei hoje. Sempre que falo com o Zé pula, do fundo da minha mente, toda serelelepe, a Sarita Catatau. Sarita Catatau é uma ex-chacrete a quem, descobri depois, admirávamos muito por sua graça e passos de dança bem executados. Ela era o exemplo perfeito disso que estou comentando. O conceito tava ali pronto, certinho, com tudo para agradar em cheio ao público-alvo. O nome era genial, o conteúdo era pertinente, tava tudo ali. Por isso, semana após semana, pouca diferença fazia a cor das lantejoulas no maiô da Sarita. Era só perfumaria. Perfumaria importante, mas perfumaria.





Direto na têmpora: Violently happy - Björk

quinta-feira, agosto 10, 2006

Queremos Lula (esse nao, o outro)

A VS fechou. Uma pena pra publicidade carioca que, aliás, eu nem sei a quantas anda. Só espero que o Lula continue aberto e ativo (sem trocadilho em nenhum dos casos) pelo menos em sua coluna na Meio e Mensagem, onde a gente sempre encontra um bom motivo pra continuar achando do caralho ser publicitário.





Direto na têmpora: Crowds - Bauhaus

Meus caros amigos

Emprego não é lugar de fazer amigos. Mas a gente faz. Aliás, acaba fazendo grandes amigos e nesse quesito eu tive bastante sorte, inclusive aqui na TOM, onde reencontrei uma galera bacana e fiz algumas amizades sem preço.
Os filhos da puta passam, os puxa-sacos passam, os estrelas passam e fica aí essa leva de caboclos gente boa que a gente conhece. Com alguns desses amigos o contato é raro, muito mais esparso do que gostaríamos. De exemplos rápidos temos aí o Bernardo ex-Promídia, o Zé Carlos da Lápis, o Dino que está em Londres, o bom Oliva e uma turma 100% que eu vejo pouco demais.
Na maioria das situações o afastamento é culpa do acaso, no resto é culpa minha mesmo. Falta ligar pra esse pessoal, mandar emails, perguntar como andam. Falta mesmo lembrar que amigo é muito mais raro que colega de trabalho e que não dá pra deixar um lance assim só por conta da sorte.
Então, desculpas públicas a todos para quem eu não liguei, não marquei de almoçar, não dei notícias. Se nosso tempo aqui já é curto, nada como uma boa companhia pra fazer ele valer a pena.





Direto na têmpora: Doing All Right - Queen

quarta-feira, agosto 09, 2006

Moda para as patinhas de baixo

Parece lenda, mas eu juro que é verdade. Em meu primeiro dia de trabalho numa certa agência de publicidade fui trabalhar vestido normalmente (para os meus padrões, claro) quando percebi uma certa preocupação dos novos colegas. Logo vieram as primeiras advertências "olha, aqui não se trabalha de tênis, cara, sapato é norma da casa".
Estranhei aquilo, já que ninguém tinha me adiantado esse detalhe durante a negociação e nem mesmo depois de acertada a contratação. Fui ficando ainda mais preocupado ao longo do dia quando outras pessoas vieram repassar a mesma informação, mas tomei uma decisão: se ninguém falasse nada, iria continuar trabalhando em meus trajes civis.
No dia seguinte, nenhuma reclamação. Passados uns 10 dias, outros colegas começaram também a usar tênis e o "policy", felizmente, foi caindo até desaparecer.
Conto o milagre, mas não entrego o santo. Comments com alguma tentativa de adivinhar a empresa serão sumariamente retirados. E tenho o dito.





Direto na têmpora: Ojala que llueva cafe - Cafe Tacuba

terça-feira, agosto 08, 2006

CCPMG

Tô sentindo falta dos anuários do Clube de Criação. Por mais que a gente entenda que o mercado passou por uma fase totalmente insana, faz falta um material pra passar o olho e ver o que a gente anda fazendo de legal ao longo do ano. Tomara que volte a rolar logo, que os materiais atrasados saiam e que a nova edição não seja comprometida.
A gente ficou anos sem anuário e o Donald (além de muitas outras pessoas) conseguiu reverter isso, não dá pra deixar a vaca ir pro brejo assim, de graça.
De mais a mais, é mais um prêmio, mais uma festa, mais um motivo pra encontrar a galera.





Direto na têmpora: Cousin Kevin - The Who

Postzinho roubado

Segue aí um texto bem legal que roubei do Bertol News. Grande, mas bem bacana.


Por Que Publicidade, Pôrra? - por Alexandre Nego Lee Popoviski

Está nos jornais: o curso mais procurado em muitas das faculdades do Oiapoque ao Chuí é o tal de Publicidade & Propaganda. Mas por quê? Aqui vai meu chute. Escrevi este texto em outubro de 1998 e hoje, quando uma estudante me questionou sobre o assunto, o que veio à cabeça foi a mesma coisa de então, a mesma frase de Rimbaud: “A gente não é sério com dezessete anos.”

Explico. Tudo começa no final do cursinho. Idade média dos candidatos: dezessete anos, por aí. Uma idade onde você nem sabe o que vai fazer no final de semana quanto mais o que vai ser quando crescer. Ou como o Ziraldo já escreveu em algum lugar, “ter dezessete anos não é redondo como ter dezesseis ou dezoito; é pontudo, tem quinas e cotovelos, como uma navalha”. Pois é. É com este pensamento meio desorientado que a escolha pelo mundo da propaganda acaba sendo uma bela opção. Afinal, ser publicitário significa levar uma vida criativa (argh!), onde num segundinho, numa cagada na privada, você bola uma idéia do nada e ganha o dia. Certo? Não é bem assim, não. É, talvez, mas muito pouco.

Trabalhar com publicidade é legal, muito legal, extremamente legal, mas não é oba-oba. É um negócio. Envolve muita criatividade e porralouquice mas também muito conhecimento e informação. Percepção e realidade. Arte e técnica. Direito e esquerdo. E na universidade já dá pra sacar que a profissão funciona assim, só que são poucos os que realmente pegam este espírito. Pode ver: só se dá bem no curso quem ferve, quem é c.d.f. e maluco ao mesmo tempo, quem estuda na biblioteca de manhã e viaja no boteco à tarde. Enfim, quem aproveita os quatro anos do curso para fazer e acontecer. E tudo isso o mais cedo possível, porque depois da formatura a coisa muda.
Você sai da sua posição de estudante promissor para a de profissional inexperiente numa noite. E não é o mercado de trabalho da publicidade, apertado como qualquer outro, que vai acolher a você tão facilmente. Você está achando que é um melzinho na chupeta? É sopa de tamanco.

Dou uma dica: o melhor atalho para ter emprego em propaganda ainda é o estágio. Sei que não descobri a roda e não sei como facilitar a conquista de um, mas o interessado que se vire. Vamos correr atrás e estagiar, galera!

Não importa como e onde. O principal é que, depois de arrematar um cantinho, você saiba exatamente em que área quer trabalhar, para aproveitar ao máximo sua chance de mostrar serviço. Agência de publicidade não é parque de diversões, onde você anda em todos os brinquedos e depois diz qual gostou mais.

Lembro que nada do que está escrito aqui é verdade - verdade absoluta, no caso. É só opinião. Daquela que pode provocar alguma reação ou simplesmente passar batida por este veículo. Como propaganda.





Direto na têmpora: Só o Ôme - Noriel Vilela

segunda-feira, agosto 07, 2006

Perigos

Idéias são coisas muito perigosas. Principalmente as boas idéias, já que estas constumam atrair dois tipos de gente: os caronistas e os assassinos. Caronistas são aqueles que, na impossibilidade de ter qualquer pensamento original durante a vida, agarram-se à primeira boa idéia que passa e sentem-se donos dela. Pedem mudanças, sugerem, vendem, fazem o diabo mesmo sem entendê-la muito bem. Normalmente descaracterizam a idéia e sentem-se muito orgulhosos do resultado final, alardeando aos ventos sua grande obra.
Já os assassinos, movidos por ignorância ou inveja, não deixam que a idéia sobreviva. Com argumentos pertinentes como: "não gostei", "não vai dar certo" ou "hahahahahahaha" evitam que a idéia sequer saia da sala. E se, por um acaso, a idéia consegue ainda vingar, gostam de se posicionar como o conselho sábio que fez o conceito ganhar consistência.
Lógico que boas idéias atraem também grandes pessoas, mas essas são normalmente criaturas sem graça que só querem fazer algo o melhor possível e, portanto, não merecem menção. E como eu também não ando tendo grandes idéias, nem sei direito por que escrevi esse post.




Canção do dia: Shine - Motorhead

Na cova

Agora eu não vou me lembrar quem foi, se o Ajuricaba, o Itaíbes ou ainda algum outro lendário arte-finalista, mas eu sei que já eram altas horas e o cliente de varejo fungava no cangote do moço. Era arte-final na prancheta, trabalhosa, tendo que fazer mancha, ilustração, tudo na hora, tudo na mão. Lá pelas tantas, o cliente tenta mostrar simpatia e faz uma brincadeira: "É, rapaz, quando eu morrer você vai mijar na minha cova, né?". No que veio a resposta imediata: "Eu não, detesto pegar fila".
E acredita que manteve o emprego?




Canção do dia: Roll Over and Die - Bob Mould

sexta-feira, agosto 04, 2006

Cansando a galinha

O Paulo Silva tem uma história muito bacana sobre cansar a galinha. Na verdade, eu até já conhecia a história, mas gostei da sua aplicação para publicidade. Diz que a mãe mandou o menino pegar uma galinha no quintal pra poder fazer no almoço. A partir dali o terreiro vira um pandemônio. Menino prum lado, galinha pro outro, pena, poeira e aquela barulheira do cão. 40 minutos depois, o moleque está exausto e a galinha idem. A mãe então chega gritando "Num pegô essa galinha ainda não, minino?", se agacha e pega o exaurido galináceo com a maior facilidade.
Pois pra mim é isso que o planejamento faz: "cansa a galinha". Põe a bichinha pra correr como uma louca e aí a gente da criação chega e faz a canja muito mais fácil. O problema é quando o planejamento é fraquinho ou não existe. Aí vai ser uma correria danada atrás de galinha, de vaca, de peru sendo que o prato do dia era torresmo.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Politiquinha

Agosto já começou e eu nem ouvi propostas de largar emprego pra fazer política: coisas que satisfação profissional e filhota nova em casa garantem. Mas paira a dúvida, como estará a verba esse ano? Oferta eu sei que tem, mas será que estão pagando bem? Será que estão pagando? Daqui a dois anos, se tudo der certo, eu volto. Porque pode até ser um bichinho complicado, mas é gostoso fazer essa tal de política.

terça-feira, agosto 01, 2006

Prazo de validade

Profissional de criação, tirando o salário, é igual a jogador de futebol. Quando tá no auge, tem proposta de tudo quanto é clube, é valorizado, basta qualquer passezinho de calcanhar que todo mundo acha gênio. Mas tem prazo de validade. Fico vendo a porrada de nego foda, bom de serviço, com muito ainda pra ensinar e fazer que está aí, no estaleiro porque tem 50. Nem vou citar nomes, mas é gente mais moderna e atual do que 80% do mercado. É por isso que vou começar a fazer uma pós e ver se arranjo emprego no departamento de marketing de uma empresa de plásticos. Ou quem sabe virar escritor de programa de televisão, fazer livros infantis, virar professor, sei lá. Porque se um piercing vale mais que 30 anos de estrada essa não é, definitivamente, a minha onda daqui a alguns anos.

Que falta me faz o suposto saber

Existe uma teoria que diz que a gente paga (e caro) para que profissionais trabalhem pra nós por causa do suposto saber. Por exemplo, os médicos supostamente sabem mais do que você sobre aquela dorzinha incômoda que você sente ali na região do baço (mesmo porque você não faz uma idéia precisa de onde fica ou pra quê serve o baço). Ou seja, paga e não bufa. Idem para advogados, dentistas, mecânicos etc. Com publicitários não. Todo mundo vê propaganda todo dia e aí acha que sabe fazer. Isso vale pra clientes e pra alguns "profissionais" da área. Tem desde aquele cliente que acha absurdo pagar R$ 20.000,00 por um filme, que por esse preço ele mesmo faz, quanto tem aquele cara que fez dois anúncios como estagiário e passa imediatamente achar-se a melhor coisa da propaganda desde Washington Olivetto. Eu, como já tive muito dos dois, acho que está na hora da gente dar um jeito de restaurar o suposto saber da nossa atividade. Como? Eu sei lá, aceito sugestões.